terça-feira, 9 de dezembro de 2008

'O sentimento não pode parar'...

Como tantos outros acontecimentos históricos relacionados ao campeonato brasileiro de futebol, o descenso do Vasco da Gama será apregoado como um dos mais importantes de toda a história da competição.

Em 110 anos de história, o clube de São Januário integrava, até então, um seleto grupo de times que nunca haviam sido rebaixados às divisões inferiores. Na vasta galeria de títulos, estão quatro campeonatos nacionais, uma Taça Libertadores da América e diversos títulos expressivos, inclusive de âmbito internacional. Por ali passaram grandes nomes do futebol como Valdir Perez, Acácio, Bebeto, Roberto Dinamite, Romário e tantos outros. E o que se vê, hoje, de um clube tão grande, são apenas lapsos em forma de história...

Na memorável década de 90, o Gigante da Colina logrou um de seus mais importantes títulos. A Taça Libertadores de 1998 marcou a história do clube, tanto no coração dos torcedores como no cenário futebolístico internacional. Os brasileiros de 1997 e 2000, e a extinta Copa Mercosul, mostravam quão forte e competitivo era o time. E como explicar tanta decadência em tão pouco tempo? O âmago da crise chama-se política. Tendenciosamente, falar do futebol em si me atrai mais, e como de costume, vamos falar de história...

Fundado inicialmente como Clube de Regatas em 1889, a fusão com o Lusitânia F.C, no ano de 1915, daria origem ao primeiro time de futebol do clube. Em 1923, após ganhar o acesso à disputa da primeira divisão, em seu ano de estréia, veio o primeiro título carioca. Um time formado por negros e operários começava a desenhar uma das mais belas trajetórias de um clube de futebol. O campeonato sul-americano conquistado de forma invicta em 1948 consolidava uma imagem cada vez mais forte do clube no cenário esportivo já em caráter internacional.

O primeiro título de campeão brasileiro viria em 1974. Com gols de Ademir e Jorginho Carvoeiro, o Vasco batia o Cruzeiro por 2x1 em pleno Maracanã, tornando-se também, o primeiro clube carioca a ser campeão nacional.

Após quinze longos anos, o bi-campeonato. Em 1989, Vasco e São Paulo, disputam mais uma final nacional. Sorato anotou o único gol da partida. O tricampeonato viria no épico ano de 1997, contra o Palmeiras, com Edmundo conduzindo magistralmente a barca vascaína, repetindo assim, as campanhas de 1974 e 1989. Fato curioso nesta decisão que entrou para a história por ter tido, em ambos os jogos, placar em branco. Os 70 pontos conquistados em 33 jogos contra os 58 do clube paulista, dariam o terceiro caneco ao Vasco.

O quarto título viria em 2000, campeonato que sofreu os maiores problemas organizacionais desde 1971. O Clube dos Treze organizou a edição daquele ano, em impedimento deferido à CBF, edição que contou com 116 clubes, de três divisões, em um único torneio. O jovem São Caetano, clube recém ascendido, com apenas 10 anos de fundação, protagonizou a grande final. No primeiro jogo em São Paulo, empate em 1x1. No segundo deu Vasco, 3x1 - com jogo de dois encontros, devido aos incidentes com o alambrado de São Januário.

Além dos títulos brasileiros, o clube soma também 22 Campeonatos Cariocas,11 Taças Guanabara, 9 Taças Rio, incluindo duas Copas Rio de 1992 e 1993, os 3 títulos do extinto torneio Rio-São Paulo, dentre outros menos expressivos. No total, são 959 jogos, 386 vitórias, 298 empates e 275 derrotas, 20 delas somente no campeonato nacional desta temporada, algo memorável...

Fato é que tanta história fará parte da sub-elite do futebol nacional em 2009, talvez arrastada por pífios planos de ação e planejamento, talvez pela efêmera corrupção que domina a mediocridade diretiva dos clubes, talvez pelo inaceitável despreparo técnico de alguns jogadores, são tantos motivos que, talvez, o empresariado futebol capitalista possa explicar.

Logicamente e sem dúvida, a Série B receberá com clamor os rendimentos financeiros que um clube do porte do Vasco aporta, como também a gala de contar com tanto fascínio e encanto que arrastam os 110 anos de glórias e conquistas do clube carioca. Cabe ao torcedor dignificar a honra do time de coração e honrar a camisa, já que onze homens não foram capazes de fazê-lo.

É bom noticiar também que, poucos dias após o rebaixamento, a diretoria cruzmaltina já trabalha em prol da próxima temporada. O clube espera fechar um contrato de patrocínio com a estatal de energia elétrica Eletrobrás, acordo que injetaria R$ 42 milhões ao longo de três anos de contrato, além de lançar campanhas publicitárias de apelo emocional para a volta do clube à elite em 2010. Nas questões técnicas, o mais cotado para assumir o banco após a destituição de Renato Gaúcho é o ex-Coritiba Dorival Júnior. Também são consideradas prioridades pela direção, a renovação de Leandro Amaral e Pinilla além de uma reformulação profunda no setor defensivo.

Vamos, Vasco! Porque o sentimento não pode parar...


Jonathas Souza

sexta-feira, 25 de julho de 2008

De volta, de volta!

Êta saudade, não aguentei...
Ficar sem comentar no blog me faz falta, falar do futebol preenche esse coração fanático...

Tô voltando, na mesma balada, no mesmo ritmo, sem deixar cair...
Não prometo atualizar sempre, a vida civil corrompe meu tempo, mas sempre que possível, aqui estarei, junto com meus antiquíssimos alfarrábios...

Com o mesmo amor pelo futebol...
Até a próxima!

Um abraço, e comentem!


Jonathas Souza

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Manchester United: 106 anos de história

Um dos maiores e mais tradicionais clubes de futebol do mundo celebra hoje seu 106º aniversário. Embalado por títulos e grandes conquistas, o Manchester United faz história...

Fundado por operários de uma companhia ferroviária de Lancashire e Yorkshire, em 1878, recebeu inicialmente o nome Newton Heath LYC F.C, vindo a chamar-se Manchester United apenas em 26 de Abril de 1902.

Em mais de 100 anos de história, o Manchester United é o segundo maior vencedor da Premier League com 16 títulos, atrás apenas do Liverpool, que possui 18 conquistas. Clube o qual, mantém o vínculo de maior rivalidade no país. Em 11 oportunidades conquistou a Copa da Inglaterra, ou FA Cup, o mais antigo dos torneios de futebol do mundo. Em duas ocasiões (1992 e 2006), levou a Copa da Liga Inglesa, competição de pouco prestígio no país. Sagrou-se campeão da Supercopa da Inglaterra 16 vezes.

No hall de títulos internacionais, dois títulos da Liga dos Campeões. O primeiro em 1968, 4 x 1 no Benfica de Eusébio, conduzido por Bobby Charlton, George Best e companhia, e o segundo, 2 x 1 contra o Bayern de Munique em uma partida memorável , no fantástico ano de 1999, ano em que conquistou a tríplice coroa e o Mundial Interclubes derrotando o Palmeiras na final. Em 1991, levou a Recopa e Supercopa Européias.

Entre tantas conquistas e um legado invejável, o clube inglês tem uma página triste em sua épica e longeva história de vida. A tragédia de Munique em 1958...

Em vôo de volta da cidade de Munique, em 6 de Fevereiro de 1958, parte da geração mais promissora do futebol inglês foi vitimada pela queda do avião que trazia a delegação do clube. No total de 23 mortos, 8 eram jogadores, dois membros da comissão técnica e um dirigente. A tragédia mudaria a identidade do Manchester para sempre. Grandes promessas da época como Edwards, Whelan e Bent morreram no acidente. Matt Busby, técnico da equipe na época, reestruturou o futebol do Manchester espelhando-se nos grandes craques do Brasil que dominavam e encantavam multidões de fãs: Garrincha, Zagallo, Pelé, Vavá e Didi. O Manchester reergueu-se... Os responsáveis? Denis Law, Bobby Charlton e George Best...

Largando um pouco a história e viajando aos dias de hoje, na terça-feira, o Manchester tem a chance de tornar a festa dos 106 anos mais que perfeita. No "Teatro dos Sonhos", como diria Bobby Charlton, os Red Devils recebem o Barcelona pelo último e decisivo jogo das semi-finais da Champions League. No primeiro confronto no Camp Nou, com direito a pênalti desperdiçado por Ronaldo, o jogo não saiu do zero.

Ambos clubes lutam pela 3ª conquista do título continental. Barcelona levou em 1992, 1 x 0 contra a Sampdoria, e em 2006, na final contra o Arsenal, 2 x 1.


Jonathas Souza

sábado, 26 de abril de 2008

Hoje é dia do goleiro, galera...

Fato curioso que, 26 de Abril comemora-se o dia do goleiro, do profissional mais ingrato de todos os esportes, do esportista em que até mesmo o lugar onde pisa, nem grama nasce, segundo alguns...

Fato é que, parabenizo à todos os profissionais da "área"... E agradeço em nome da classe, simploriamente e de forma curiosa à Jaguaré Bezerra de Vasconcelos, mais conhecido como Dengoso, goleiro do Vasco da Gama nas décadas de 20 e 30, responsável pela inserção das luvas como equipamento essencial aos arqueiros, é, as luvas de goleiro, trazidas por ele da Europa enquanto o clube carioca participava de uma excursão em 1929. Eram dois pares, feitas de borracha, pretas por fora, vermelhas por dentro... Logo nessas cores, Dengoso?!

Parabéns à lenda Yashin, ao Valdir Perez, Taffarel, ao acróbata Higuita, Andrada, Buffon e claro, Casillas... E tantos outros nomes que marcaram época no futebol mundial exercendo a nobre função de guarda-metas...


Jonathas Souza

quinta-feira, 24 de abril de 2008

E na Europa...

Liga dos Campeões e a Copa da Uefa simplesmente pegam fogo...

Chelsea, Liverpool, Manchester United e Barcelona podem ser considerados os quatro melhores times da temporada no Velho Mundo. Fazem as semi-finais da maior competição entre clubes do planeta. Bayern de Munique, Zenit, Fiorentina e Rangers, duelam na "segunda divisão" européia.

Começando pela Liga, no duelo inglês da competição, jogo de ida, em Anfield Road, casa dos Reds, Chelsea e Liverpool ficaram no 1 x 1. No jogo da volta, marcado para 30 de abril, em Stamford Bridge, o Chelsea leva a nobre e singela vantagem do empate sem gols; 1 x 1 vamos aos pênaltis e qualquer outro resultado que designe o empate classifica o Liverpool. Time que em 18 participações, chegou às semis em 14 oportunidades, sendo campeão 5 vezes do torneio. O Chelsea por sua vez, busca seu primeiro título na Champions, já que nunca passou das semi-finais.

Já na Catalunya, Barcelona e Manchester fizeram um jogo morno, cru, sem graça.
Tediante 0 x 0...
Não fosse pelos belos lances de Messi. O qual protagonizava um espetáculo à parte, junto com Cristiano Ronaldo. Dois, dos apontados pela imprensa como melhores jogadores do mundo em atividade e possíveis candidatos ao nobríssimo Fifa World Player.

Espetáculo à parte, o jogo.
Eis que logo aos 3 minutos, pênalti a favor do Manchester...

E não é que Ronaldo me falha?! Logo você, Ronaldo?! Tudo bem, tudo bem... Alivio para a torcida culé, chance de ouro desperdiçada pelos Red Devils. E mais nada...

Mas, e o Barça?! Barcelona sim, superior. Superior ao ponto de não conseguir achar brechas na muralha inglesa armada por Sir Alex Ferguson. Evra, (lembra do Messi, Evra?!), Vidic, Ferdinand e Brown, os "intransponíveis", anularam a maioria dos ataques de Henry, Messi e Eto'o. Van der Sar se encarregava do resto.

Bom resultado para o time inglês, que decide a vaga em casa, na próxima terça-feira, 29, mas sem muito louvor. O duelo está aberto, Barcelona tem chances sim, basta apenas uma simples vitória e o clube espanhol chega em mais uma final de Liga dos Campeões.

Já na segunda divisão da elite européia, Bayern de Munique, Zenit San Petersburgo, Rangers e Fiorentina fizeram hoje o jogo de ida da Copa da Uefa.

Na alemanha, o surpreendente Zenit, atual campeão russo, arrancou um empate de ouro dos bávaros: 1 x 1, gols de Ribèry e Lúcio, contra... Jogo de volta em São Petersburgo, o Bayern vai soar, ô se vai...

Por fim, na escócia, Rangers e Fiorentina, mais um chato 0 a 0. Veremos a volta...




Jonathas Souza

domingo, 20 de abril de 2008

Real Madrid mais próximo do título espanhol...

Trigésima terceira rodada do espanhol e o Real Madrid se aproxima cada vez mais do seu 31º título nacional. Com a vitória sobre o Racing Santander por 2 x 0 no El Sardinero, com gols de Raúl e Higuaín, o clube merengue parece consolidar cada vez mais o título da temporada. No sábado, no clássico da Catalunha, Barcelona e Espanyol ficaram no zero. Jogando em casa, o Villarreal fez sua parte diante do Valladolid, 2 x 0, assumindo assim, a vice-liderança do campeonato. Em jogo de cinco pontos, contando com o empate do Barcelona, o Real Madrid tem vantagem de 10 pontos, restando apenas mais 5 jogos por cumprir. Caso confirme a vitória sobre o Athletic Bilbao na próxima rodada e o Villarreal tropeçe, o Madrid subirá em La Cibeles mais uma vez para cantar o "alirón". Matematicamente falando, restam 5 jogos, quinze pontos em jogo. O Real leva vantagem de 10, podendo ir à 13, restariam apenas 4 jogos por fazer, com insuficientes 12 pontos em jogo.

O time merengue pode não ter sido uma equipe brilhante no decorrer da temporada, mas com certeza teve o conjunto mais equilibrado e sólido da competição, solvendo as dúvidas e discussões em apontar outros possíveis candidatos ao título. Em números, o time blanco tem a maior quantidade de vitórias: 23, contra 19 do Villarreal. Possui o ataque mais positivo, com 68 gols marcados e é dono também da melhor defesa: sofreu apenas 30 gols na competição.

Torcedor confesso do Real Madrid, espero que chegue logo o próximo fim de semana...

terça-feira, 15 de abril de 2008

Di Stéfano é elegido como o melhor jogador da história do Real Madrid...

O mestre Di Stéfano foi eleito o melhor jogador da história do clube espanhol.

Em pesquisa feita pelo clube merengue em sua página oficial na internet, 50.323 eleitores participaram da pesquisa que escolheria o melhor jogador de todos os tempos do clube blanco. Com um total de 1.006.965 votos, la saeta rubia venceu a eleição, deixando para trás nomes como Zidane e Raúl. Cada eleitor tinha direito a escolher no mínimo 18 jogadores e um número máximo de 50. Do atual time, apenas o goleiro Casillas e o atacante Raúl ficaram entre os 20 melhores.

Humildemente, o mago argentino agradeceu e disse que não merecia o título, pois pelo clube passaram jogadores extraordinários, em todas as épocas. "Fiz meu trabalho como jogador, era minha obrigação, estava contente com o contrato que havia assinado", conclui.

Em jogos oficiais, Di Stéfano anotou cerca de 582 gols, disputou aproximadamente 739 jogos. É o terceiro maior artilheiro da Liga Espanhola, com 228 tantos em 329 partidas, atrás apenas de Hugo Sanchez (234 gols) e Telmo Zarra (251). Curiosamente, Di Stéfano nunca jogou uma partida de Copa do Mundo. Em 1958, já naturalizado espanhol, foi eliminado pela Escócia nas fases eliminatórias. Em 1962, não participou da primeira parte da competição por lesão. Teve a chance de disputar seu primeiro jogo na segunda fase da copa, antes fosse a eliminação precoce da Furia na fase de grupos.

Di Stéfano começou a carreira em 1943 no River Plate, da Argentina. Jogou também no Huracán, no Millionarios da Colômbia, no Real Madrid e no Espanyol, onde encerrou a carreira com 40 anos, em 1966. Fez 6 jogos pela seleção argentina e 4 pelo selecionado colombiano até naturalizar-se espanhol, onde defendeu o combinado do país em 31 oportunidades. Recebeu o prêmio Bola de Ouro em 1947 e em 1949, recebeu também, alguns prêmios do Jubileu da UEFA e muitos outros títulos e reconhecimentos. Di Stéfano é hoje presidente honorário do Real Madrid.

Uma condecoração justa, à uma carreira extremamente vitoriosa...


Jonathas Souza